Escavações no Cabeço das Fráguas revelam ocupação contemporânea com santuário lusitano

E scavações arqueológicas realizadas este mês no Cabeço das Fráguas, na região da Guarda, revelaram a existência de ocupação contemporânea com o santuário lusitano ali existente, informaram hoje os arqueólogos envolvidos na investigação. 

"A equipa de arqueólogos pôde constatar a existência de ocupação coetânea com o santuário, identificando várias novas construções que ampliam o conhecimento, não só deste sítio em concreto, mas também do tipo de povoamento existente durante a I e II Idade do Ferro (séculos VI-II antes de Cristo) na região" referem os arqueólogos Maria João Santos e Thomas Schattner, numa nota enviada à agência Lusa.

As investigações no sítio arqueológico do Cabeço das Fráguas decorreram entre 09 e 20 de julho e contaram com a colaboração de estudantes das Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra. A campanha de escavações foi realizada pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid que, desde 2006, tem vindo a desenvolver um projeto de investigação dedicado ao estudo deste sítio no âmbito da romanização dos santuários indígenas.
No Cabeço das Fráguas, a 1.015 metros de altitude, existiu um santuário onde se encontra uma inscrição rupestre que descreve a oferenda de vários animais a diversas divindades. Segundo os arqueólogos, "a intervenção deste ano teve como principal objetivo averiguar a área habitacional, de modo a determinar não só as suas caraterísticas como também e, sobretudo, se a ocupação do povoado foi ou não contemporânea da ocupação da área de santuário, sobre a qual incidiram as campanhas de escavação anteriores".

No Cabeço das Fráguas, a 1.015 metros de altitude, existiu um santuário onde se encontra uma inscrição rupestre que descreve a oferenda de vários animais a diversas divindades. O achado arqueológico foi dado a conhecer pela primeira vez em 1943 pelo general João de Almeida e publicado em 1956 pelo investigador Adriano Vasco Rodrigues, descrevendo a oferenda de vários animais a diversas divindades e conjugando no mesmo texto o alfabeto latino e a chamada língua lusitana.

Na mesma nota, Maria João Santos e Thomas Schattner congratulam-se por, "finalmente", ter sido aberto o processo de classificação daquele "importante sítio arqueológico" por parte da Direção Regional de Cultura do Centro, "ficando assim, doravante, protegido e eventualmente classificado como Monumento Nacional".

A classificação do sítio arqueológico irá "fazer justiça à relevância científica e cultural que assume o Cabeço das Fráguas não só a nível regional, mas à escala de todo o Ocidente Peninsular", consideram. O procedimento administrativo relativo à classificação do Cabeço das Fráguas, como património de interesse público, foi aberto por proposta da arqueóloga Maria João Santos que, na qualidade de investigadora do Instituto Arqueológico Alemão, tem realizado, em conjunto com Thomas Schattner, escavações arqueológicas naquele local.

A classificação pretende encontrar "uma proteção legal que permita acautelar melhor o sítio e propiciar a preservação e valorização" dos "excecionais vestígios" existentes.

Fonte: LUSA via Guarda.pt
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