Termas romanas de Chaves. Foto Câmara Municipal de Chaves |
Serão conferencistas especialistas de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Turquia e Hungria que se propõem "produzir conhecimento e dar a conhecer o nosso valiosíssimo património”, explica à Renascença o presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira.
Além da “partilha e aprofundamento de conhecimentos sobre a importância das termas medicinais na cultura romana, nomeadamente em termos arquitectónicos, medicinais, religiosos, administrativos e de exploração do território”, o encontro visa “promover a cidade em termos turísticos”, acrescenta o autarca.
O encontro pretende ainda lançar as bases para a criação de uma rede internacional das cidades termais romanas.
António Cabeleira sublinha que, com a criação da “rede de municípios, com balneários romanos terapêuticos”, estão a “potenciar o turismo e a valorizar o património”. Para o presidente flaviense, a rede servirá também para obter financiamentos “que permitam colocar a descoberto e valorizar mais os achados que as cidades termais possuem”.
Maiores termas medicinais
Chaves possui as maiores termas medicinais romanas da Península Ibérica. Este legado está a ser objecto de um projecto de estudo e musealização e que vai dar lugar ao primeiro museu termal romano de Portugal.
“O balneário romano da cidade de Chaves é incomparável em monumentalidade, espólio e estado de conservação, relativamente a outros balneários romanos de tipo terapêutico, existentes em território nacional e mesmo a nível internacional”, afirma o presidente da Câmara de Chaves.
Achadas ao acaso
A descoberta das termas romanas de Chaves, em 2006, “foi um acaso”, lembra o autarca. Cabeleira conta que “a autarquia planeava construir no local, situado no centro histórico da cidade, um parque de estacionamento subterrâneo, mas, durante os trabalhos de sondagem, deparou-se com os vestígios de uma muralha seiscentista e de um complexo termal romano, e travou de imediato a continuação do projecto”.
As escavações arqueológicas entretanto realizadas revelaram “a existência de um balneário em excelentes condições, com as canalizações a funcionar”.
Os trabalhos arqueológicos permitiram ainda recolher um conjunto diversificado de objectos de “grande qualidade”. Entre peças de joalharia, objectos de uso quotidiano em madeira e osso, foi encontrado um 'pyrgus', ou torre de dados em bronze, “de grande valor”, existindo apenas mais um na Europa e outra no Egipto, em madeira.
Primeiro Museu virtual de Trás-os-Montes
Classificado como monumento nacional em 6 de Dezembro de 2012, o balneário romano da cidade de Chaves vai dar lugar a um museu, orçado em cerca de dois milhões de euros, e que deverá ser inaugurado no próximo ano.
“As peças encontradas não serão expostas naquele local, mas exibidas virtualmente, usando a tecnologia 3D-laser”, revela à Renascença o autarca António Cabeleira, acrescentando que “figuras humanas vestidas à época irão apresentar, em várias línguas, o achado arqueológico”. “Será o primeiro museu virtual de Trás-os-Montes”, frisa.
Para além do espaço destinado à contemplação e interpretação das ruínas encontradas, o núcleo Museológico contemplará, entre outras valências, uma loja destinada à venda de produtos relacionados com os vestígios das Termas Romanas de Chaves, bem como um centro de documentação.
Fonte: Rádio Renascença [Texto de Olímpia Mairos] »»