Hominídeo descoberto na Tanzânia traz uma nova visão à biologia da espécie humana

Um esqueleto parcial de um hominídeo antigo foi descoberto na Tanzânia, dando uma nova visão sobre a biologia da espécie humana, dizem os cientistas.

A descoberta acidental foi feita no ano passado, quando, durante uma escavação arqueológica , os cientistas descobriram pedaços de crânio, dentes e ossos dos membros deste antigo hominídeo chamado Paranthropus boisei, que viveu há cerca de 1.340.000 anos na África Oriental.

Os Arqueólogos só tinham reunido partes parciais de um crânio pertencente a esta espécie e por isso, até agora, não havia nenhuma evidência real do seu tamanho ou como este ser estava adaptado ao seu meio ambiente.

“A espécie Paranthropus viveu numa época em que o clima da África oriental estava a mudar, passando de savanas húmidas e povoadas com muitas árvores para o tipo de vegetação que temos na atualidade. As criaturas que viviam nas árvores começaram a desaparecer à medida que os seus recursos também desapareciam ", explica o Dr. Manuel Domínguez-Rodrigo, do “Museo de los Orígenes” de Madrid, Espanha, o principal autor do artigo publicado na revista PLoS ONE .

Para prosperarem durante estas mudanças muitas espécies foram-se adaptando para lidarem com uma enorme variedade de ambientes, e com a necessidade de variarem também as suas dietas.

A equipa de arqueólogos descobriu um úmero excepcionalmente desenvolvido desta espécime, o que sugere que o Paranthropus tinha grandes antebraços e que estava adaptado para o arvorismo. Mas os seus grandes dentes molares sugerem que também teria gasto muito mais tempo no chão do que alguns dos seus ancestrais arborícolas.

"Os dentes molares são muito maiores do que os dentes que vemos nos seres humanos de hoje, isso mostra que eles tinham realmente uma alimentação muito variada", explica o arqueólogo.

Os cientistas determinaram que o animal descoberto está directamente na ancestralidade do homem. "Foi emocionante constatar o quão grande era esse Paranthropus ", explica Domínguez-Rodrigo. "Este animal pesava cerca de 60 kg”. O fêmur e o úmero que encontramos também mostraram semelhanças com o Homo erectus que, pensamos, poderá ter vivido sensivelmente ao mesmo tempo que o Paranthropus”, diz.

O Homo erectus e o Paranthropus podem ter evoluído a partir de um mesmo ancestral comum. Mas enquanto o homo erectus evoluiu para os seres humanos modernos, o Paranthropus acabou por extinguir-se.

Referência: Domínguez-Rodrigo M, Pickering TR, Baquedano E, Mabulla A, Mark DF, et al. (2013). "First Partial Skeleton of a 1.34-Million-Year-Old Paranthropus boisei from Bed II, Olduvai Gorge, Tanzania." PLoS ONE 8(12): e80347. DOI: 10.1371/journal.pone.0080347
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