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FOTO: ITALY MAGAZINE |
Dada a grande dimensão deste território, que era gerido a partir de Roma, muitos dos antigos romanos não voltaram a regressar à sua capital ou ás casas onde nasceram e foram adaptando os seus hábitos alimentares aos recursos existentes nas diversas regiões onde se instalaram. No entanto, os mais tradicionalistas mantiveram sempre um conjunto de produtos considerados como favoritos, introduzindo desta forma vários alimentos onde eles antes não existiam como, por exemplo, as nozes, cebolas e repolhos na Grã-Bretanha.
As classes mais desfavorecidas tinham uma alimentação mais ligeira, mas os mais ricos tinham uma dieta mais sofisticada, constituída pelo pequeno-almoço, almoço e ceia. O pequeno-almoço era consumido logo de manhã bem cedo e consistia em leite ou vinho aguado com pão e sal, panquecas, ovos, queijo, mel e frutas secas. Ao almoço, refeição feita próximo ao meio-dia, entrava o pão, peixe ou carne com legumes. A principal refeição do dia era a ceia, que era comida no final da tarde ou início da noite e podia durar de uma a quatro horas. A ceia tinha geralmente muito vinho e peixe ou carne com legumes e, tal como hoje, os passeios pedestres eram habituais constituindo o exercício físico indispensável para promover uma boa digestão.
As azeitonas, pequenas salsichas, ovos cozidos e saladas eram consumidas como aperitivos, seguindo-se, por ordem de entrada , os pratos de carne ou de peixe. As refeições eram frequentemente terminadas com queijo e frutas como uvas e figos ou pequenos bolos confecionados com mel.
Poucas eram as casas com fornos e a comida era feita em potes de ferro sobre braseiros que utilizavam o carvão vegetal, sendo a carne e o peixe preferencialmente cozidos ou fritos em azeite. Na maioria das vezes os romanos comiam com as mãos. No entanto, os mais ricos podiam usar facas e colheres feitas de bronze, madeira, prata e osso.
Os banquetes eram frequentes, sobretudo no verão, constituindo uma oportunidade para o anfitrião ostentar a sua riqueza perante os convidados. Aqui podia-se servir carnes exóticas como pavão assado, língua de flamingo ou miolos de faisão em pratos de prata ou bronze.
Qualquer detrito caído no chão era de imediato varrido pelos escravos e os hóspedes estavam autorizados a levar as sobras para casa. A abundância de vinho era uma das marcas caraterísticas destes banquetes, mas a par do vinho também se consumia água e bebidas doces feitas a partir de uma mistura de mel e vinho. Nestas gentaradas, a elite integrava nos seus banquetes trupes de acrobatas, cantores e, ocasionalmente, dançarinos.
Os pratos eram confecionados de forma criativa e variada e os cozinheiros usavam ervas e especiarias, como canela e açafrão. Os molhos usavam vinagre, mel, pimenta, ervas e especiarias. Um dos pitéus favoritos foi o “garum”, um patê de sabor muito forte que mais não era do que um creme obtido a partir de peixe fermentado em água salgada.
Este artigo foi elaborado com dados publicados na revista Italy Magazine