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Foto: Washington Post
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"Se você chegar a um estado de desenvolvimento científico em que pode explicar às pessoas, através de provas sólidas, que somos todos Africanos, que a cor é superficial, e que os estágios de desenvolvimento da cultura são interativas, então eu acho que nós teremos a oportunidade de ver o mundo e todas as pessoas que o habitam responder melhor aos desafios globais. "
Leakey, professor da Universidade Stony Brook, em Long Island, passou recentemente várias semanas em Nova York a promover a Bacia Turkana e o Instituto Quénia. O instituto onde Leakey passa a maior parte de seu tempo e que se dedica a apoiar investigadores e cientistas de todo o mundo no estudo das origens da humanidade.
O trabalho de promoção e desenvolvimento de escavações em áreas ricas em fósseis continua a ser desenvolvido por Richard Leakey dentro desse instituto, e também por outras pessoas que frequentemente se juntam a ele. Ainda recentemente o seu amigo Paul Simon realizou um documentário para a National Geographic com o intuito de arranjar fundos para o instituto, e recolheu mais de 2 milhões de dólares.
Leakey é filho do falecido Louis e Mary Leakey e continua a realizar pesquisas com a sua esposa Meave e a filha Louise. A família alega ter desenterrado "muitas evidências fósseis para o estudo do processo da evolução humana."
Na véspera do seu regresso a África, Leakey falou à “The Associated Press”, em Nova York, sobre o passado e o futuro. "Se se você tem alguma sensibilidade por estas questões e se olhar para trás, a única coisa que chama a atenção é que a extinção é dos fenómenos mais comuns. A extinção é sempre impulsionada pela mudança ambiental. A mudança ambiental é sempre impulsionada pela mudança climática. O homem acelerou sempre os fenómenos de mudança do planeta, eu acho que temos que reconhecer que o futuro não deverá ser muito radioso.
Qualquer esperança para o futuro da humanidade, baseia-se em aceitar a evidência científica existente sobre o seu passado”, diz Leakey. "Se nós espalharmos por todo o mundo a partir de centros vitais como a Europa e a América de que a evolução é um absurdo e de que a ciência é um absurdo, como é que você combate novas patogenias, como é que você combate as novas origens de doenças que estão a evoluir no meio ambiente?, pergunta .
Richard Leakey, um ateu confesso, continua a sublinhar os entraves com que ao longo do tempo a sua teoria se tem debatido, e a religião surge sempre como o principal obstáculo às suas hipóteses e aos dados resultantes do seu trabalho de investigação científica.
Relativamente ao ceticismos das igrejas face aos resultados do seu trabalho, o paleontólogo desabafa: “ não há explicação para esta mudança com aproximadamente 500 milhões de anos, em qualquer livro que eu li e que tivesse saído dos lábios de um qualquer Deus ". Mas Leakey insiste que não tem nenhuma animosidade em relação à religião."Se você me disser que as pessoas realmente precisam de uma fé ... eu entendo isso ", diz.
Leakey começou o seu trabalho à procura de fósseis em meados dos anos 1960. A sua equipa descobriu em 1984 um esqueleto quase completo com 1.6 milhões de anos, que ficou conhecido como o "Menino Turkana," o primeiro ser humano conhecido com longas pernas, braços curtos e uma estatura alta.
Fonte: The Washington Post