Empresas de arqueologia são as últimas vítimas da crise

Filipe Ramos conta o número de faturas emitidas há mais de seis meses e cujos pagamentos ainda não chegaram à Arqueoliber, a empresa de arqueologia que dirige.
[Fotografia: Dinheiro Vivo]





"Posso dar 6, 7, 8 casos em que as faturas já venceram há um ano, pelo menos 2600 euros por cada trabalho." Não são pagamentos referentes a escavações arqueológicas - porque essas sãoraras no país -, mas sim de acompanhamentos de obras, inspeções obrigatórias segundo a lei comunitária e que ocupam mais de metade dos trabalhos dos arqueólogos.Ocupavam, porque a construção está praticamente parada.

As melhores obras ativas para os arqueólogos neste momento são as barragens do Alqueva e do Sabor Segundo o INE, o índice de novas encomendas à construção caiu 51,5% no segundo trimestre do ano face ao mesmo período do ano passado. Só o segmento de novos edifícios caiu 36,1%. Pela primeira vez na história há mais homens desempregados e a construção também é a culpada. Para a Arqueoliber, a arqueologia preventiva representa(va) 90% do volume de negócios. Como é que aguentam? "Tenta-se sobreviver", afirma Filipe Ramos.

A história é antiga, lembra José Morais Arnaut, presidente da Associação Portuguesa de Arqueologia: "Num mercado capitalista, ora se está em crescimento ora em recessão." Como recorda, foi a construção que, nos anos 80, permitiu ao sector crescer, especialmente por causa de obras do Estado, que sempre foram as melhores. Atualmente, as barragens, pontes e regadios - como o de Alqueva - chegam a ocupar mais de 200 profissionais de uma vez. As melhores obras ativas para os arqueólogos neste momento são as barragens do Alqueva e do Sabor, com centenas de profissionais da arqueologia. Serviços bem pagos, às vezes aos 80 euros/dia.

Fonte: Dinheiro Vivo
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