Escavação de anta valoriza património arqueológico de Monforte

Terminou, no dia 27 de julho, a segunda fase da campanha de 2012 da escavação da Anta do Monte Velho, depois de já ter sido efetuada uma primeira campanha em 2011.
[Fotografia: ecosonline]



Terminou, no dia 27 de julho, a segunda fase da campanha de 2012 da escavação da Anta do Monte Velho, depois de já ter sido efetuada uma primeira campanha em 2011, dividida também em dois períodos de maneira a aproveitar as interrupções letivas da Páscoa e Verão, pois a equipa responsável, constituída por Leonor Rocha, Docente de Arqueologia na Universidade de Évora, e Paula Morgado, Arqueóloga da Câmara Municipal de Monforte, envolve alunos da Licenciatura em Arqueologia dessa Universidade, proporcionando-lhes, assim, a necessária componente prática.

Refira-se que estas intervenções decorreram no âmbito de uma parceria entre a referida Câmara Municipal e a Universidade de Évora tendo em vista a concretização de um projeto conjunto para elaborar a Carta Arqueológica do respetivo Concelho. Por isso, estão contempladas ainda prospeções de terreno em toda a área do Concelho e trabalhos de escavação de outros sítios arqueológicos.


A Anta do Monte Velho está situada junto ao IP2 (entre Monforte e Portalegre) e integra, atualmente, o percurso de megalitismo do Concelho de Monforte. Paula Morgado fez o balanço dos trabalhos já executados, informando que a equipa pretende por a descoberto todo o monumento, efetuando o registo fotográfico do espólio existente e os desenhos (plantas e cortes) da Anta.

Entretanto, estão concluídas a limpeza e escavação da câmara, parte da mamoa e quase a totalidade do corredor. Apesar do monumento ter sido violado em data incerta do século passado, foi possível recuperar diversos fragmentos de cerâmica e sílex e, surpreendentemente, duas taças de cerâmica intactas encontradas no corredor, a área menos vandalizada.

Estas intervenções decorreram no âmbito de uma parceria entre a referida Câmara Municipal e a Universidade de Évora As terras conservadas no seu interior serão objeto de estudos mais precisos realizados em laboratório para analisar eventuais vestígios vegetais e animais que possam ajudar a reconstituir o paleo-ambiente de há 5.000 anos, a época a que reporta.

O espólio reunido encontra-se em processo de tratamento, inventariação e estudo e está depositado na Reserva de Arqueologia do Município de Monforte. Relativamente à continuidade dos trabalhos, o projeto prevê diversas ações posteriores de valorização e musealização do monumento, colocando placas alusivas, fazendo a manutenção dos acessos e conservando o espaço envolvente, evitando os efeitos nocivos provocados pela invasão de plantas.

Em declaração aos órgão de comunicação social, Manuel Pintado, vice-presidente da edilidade monfortense, declarou que “a Secretaria de Estado da Cultura, por intermédio da Direção Geral do Património Cultural, deveria patrocinar estes projetos de investigação científica de forma mais determinante e sustentável”. “As Autarquias locais poderão ter os recursos humanos e certos meios materiais, mas não possuem verbas disponíveis e suficientes para suportar esses custos.

Contudo, a Câmara Municipal de Monforte tem desenvolvido esforços acrescidos na promoção de iniciativas que visem valorizar o seu património”, afirmou o Vice-Presidente da edilidade e esclarecendo que “estas escavações contaram com o apoio logístico prestado pela Santa Casa da Misericórdia e Associação dos Bombeiros Voluntários de Monforte, concretamente na disponibilização de alojamento e alimentação, enquanto a Câmara Municipal, para além dos seus técnicos, cedeu instalações e comparticipou despesas com transporte”.

Fonte: Ecosonline
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