“Formas de Terra e Fogo” patente ao público no Museu de Portimão

Vai estar patente no Museu de Portimão, até ao dia 28 de Outubro, uma exposição da escultora Sara Navarro intitulada “Formas de Terra e Fogo” , um trabalho onde a autora explora a relação entre a mão e a matéria, no sentido do ‘saber fazer’ artesanal.
[Fotografia: Ricardo Soares - PhotoArch]


A exposição “Formas de Terra e Fogo” pretende fazer uma ponte entre os processos mais remotos da produção cerâmica e a criação artística contemporânea. Propondo um salto entre milénios, esta exposição responde a um fascínio pelos fragmentos arqueológicos vindos de tempos antigos, de sociedades extintas e enigmáticas.

No meu trabalho exploro a relação entre a mão e a matéria, no sentido do ‘saber fazer’ artesanal. Procuro entrar nos gestos dos produtores ancestrais, reproduzindo-os, sentindo-os como meus As esculturas de Sara Navarro, (re)criadas pela arte do fogo, transmitem algo de primitivo, pré-histórico ou arqueológico. Algo que evoca a arte e a cultura de outros tempos, de outros lugares, algo que nos desperta os ecos de uma terra antiga.

A dualidade de referências, entre um passado remoto e a contemporaneidade, funde-se num trabalho de síntese, em que as esculturas funcionam como metáfora que opera no deslocamento entre o sentido histórico das suas referências e o imaginário da autora.

“No meu trabalho exploro a relação entre a mão e a matéria, no sentido do ‘saber fazer’ artesanal. Procuro entrar nos gestos dos produtores ancestrais, reproduzindo-os, sentindo-os como meus. Pelo poder do fogo, para transformar a suave e maleável argila num duro e resistente material, invoco as práticas pré-históricas da produção de artefactos cerâmicos e, nesse sentido, conoto a prática da escultura com um valor cultural primordial. A terra(argila), pela sua maleabilidade, permite-me explorar o gesto que, associado a uma substancialidade terrestre, está na base da criação de esculturas ‘arqueologizantes’, gérmenes da época atual.”, refere Sara Navarro.

Partindo de realidades perdidas, as formas criadas pelas mãos da escultora põem o tempo presente em comunicação com passados remotíssimos. Pela transfiguração surgem modelos primordiais, reconhecíveis, ainda que com novas simbologias. Artefactos com significados sempre múltiplos, com sentidos construídos e reconstruídos...

Sara Navaro é uma Escultora formada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e encontra-se a desenvolver o seu Doutoramento com o título Potes e Transfigurações - a Arqueologia como pretexto para a Escultura (contemporânea). Parte da componente prática desta proposta de investigação integra esta exposição que estará patente ao público no Museu de Portimão, até ao dia 28 de Outubro.

Fonte: PhotoArch
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