[Fotografia: Câmara Municipal de Mogadouro]
Decorreu durante o mês de Julho de 2012 a II campanha de escavações arqueológicas no Castelo dos Mouros, em Vilarinho de Galegos. Os trabalhos, integrados num projeto multidisciplinar de estudo e valorização daquele importante sítio arqueológico, foram suportados financeiramente pela Câmara Municipal de Mogadouro, com o patrocínio do Comendador António Cepeda Alves e a colaboração da Junta de Freguesia de Vilarinho dos Galegos.
Sob a coordenação científica de António P. Dinis e codireção de Emanuel Campos, as escavações integraram 9 alunos da Licenciatura em Arqueologia, da Universidade do Minho, que aqui realizaram o seu estágio curricular, no âmbito de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Mogadouro e aquela universidade.
A equipa de trabalho contou, também, com a participação de 6 arqueólogos, em regime de voluntariado e 5 trabalhadores da Câmara Municipal, a qual disponibilizou, igualmente, todos os meios mecânicos necessários às operações programadas.
Os trabalhos de escavação agora realizados centraram-se em dois pontos, previamente definidos, tendo em conta os resultados das sondagens efectuadas em 2011.
No limite Sul da muralha escavou-se uma área com cerca de 50m2, tendo-se identificado a face interior desta estrutura defensiva, um hipotético espaço de trabalho artesanal e um corredor de acesso ao interior do povoado, com 3.30m de largura, o qual num determinado momento da vida do sítio foi condenado e atulhado com pedras e terra.
No limite Norte do sistema defensivo, escavou-se uma ampla superfície abarcando a muralha e o torreão, tendo-se clarificado as características destas estruturas e identificado fases construtivas que comprovam a ampla diacronia de ocupação deste local.
Os resultados verificados neste setor superaram as melhores expectativas, já que puseram a descoberto a muralha com cerca de 5,50m de altura, ainda em bom estado de conservação e a face Norte do torreão, contrafortada por vários muros que no conjunto ultrapassam os 6m de altura.
O espólio recolhido integra, maioritariamente, materiais de construção e cerâmicas de uso doméstico, cronologicamente balizadas entre a Idade do Ferro e a Idade Média, muitos fragmentos de mós, circulares e de vaivém, em granito, diversos restos ósseos, de animais e, provavelmente, de humanos, uma fusaiola, uma conta de pasta vítrea azul, uma fíbula transmontana, de bronze e uma moeda, medieval.
Fonte: Câmara Municipal de Mogadouro
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