Girafa fazia parte da dieta dos habitantes de Pompeia

Arqueólogos da Universidade de Cincinnati, Estados Unidos, estão a trabalhar sobre a dieta alimentar dos habitantes de Pompeia e chegaram à conclusão que entre a ementa se encontrava a girafa e o flamingo.O estudo recaiu sobre a população que habitava a cidade romana destruída por um vulcão no ano de 79.

Steven Ellis, professor associado da Universidade de Cincinnati refere que as escavações que até ao momento foram realizadas estão a produzir resultados aliciantes, uma vez que incidem sobre uma análise arqueológica completa de casas, lojas e e de outras estruturas funcionais que se situam numa área que permaneceu esquecida dentro de um dos portões de maior movimento de Pompéia, a Porta Stabia.

A área abrange um total de 20 fachadas de lojas, a maioria constituída por estabelecimentos comerciais que serviam comida e bebida. O lixo que foi examinado incluiu colectas de esgotos, bem como 10 latrinas e fossas, onde ficaram acumulados os desperdícios de alimentos provenientes de cozinhas.

Steven Ellis diz que entre as descobertas se encontram uma grande abundância de restos de alimentos, especialmente grãos e outros vestígios alimentares que foram sujeitos a um processo de análise rigorosa.

" O material dos drenos revelou uma variedade e quantidade de materiais que sugerem uma distinção socioeconómica bastante clara entre as actividades e os hábitos de consumo de cada estabelecimento, que eram empresas de hotelaria " refere o investigador.

Os resultados revelaram que os alimentos teriam sido de consumo comum ou diário e amplamente disponíveis, tais como grãos, frutas, nozes, azeitonas, lentilhas, peixe local e ovos de galinha, bem como alguma carne mais cara e peixe salgado proveniente da Peninsula Ibérica.

Contudo, os resíduos provenientes dos esgotos escavados pelos arqueólogos também testemunham uma variedade de alimentos que sustentam a ideia de uma distinção socioeconómico entre os habitantes desta cidade.

Um dos drenos escavados revelou uma variedade mais rica de alimentos, bem como produtos importados, tais como moluscos, ouriço-do-mar e até mesmo os restos de uma perna de uma girafa, considerada uma iguaria neste período. Os depósitos também incluem algumas especiarias exóticas importados de lugares distantes como a Indonésia.

" O objectivo final da nossa investigação é estudar as relações estruturais e sociais ao longo do tempo entre as famílias da classe trabalhadora de Pompéia, bem como determinar o papel que as sub-elites desempenharam na formação da cidade, e tentar perceber o papel da cidade no desenvolvimentos histórico, político e económico de todo o Mediterrâneo. No entanto, um dos maiores conjuntos de dados e temas que integram a nossa investigação tem sido a dieta e os produtos de consumo alimentar da cidade ", diz Steven Ellis.

Fonte: Universidade de Cincinnati
Print Friendly Version of this pageImprimir artigo Get a PDF version of this webpagePDF

Utlizador

Sobre o utilizador

comments powered by Disqus

últimas 20 notícias

acompanhe - nos pelo facebook