O monumento pré-histórico da Praia das Maçãs, situado no concelho de Sintra, tem desde hoje uma zona especial de proteção (ZEP), fixada numa portaria publicada no Diário da República.
O «tholos» da Praia das Maçãs, como também é conhecido, está classificado como monumento nacional desde 1974. A construção funerária consiste em duas estruturas associadas, incluindo uma gruta artificial, datada da segunda metade do IV milénio ou início do III, e um monumento de falsa cúpula («tholos») de datação mais tardia, conforme descreve a portaria hoje publicada.
O monumento no Outeiro das Mós possui «evidentes afinidades morfológicas mediterrânicas» e denuncia «o hábito de reapropriação de lugares simbólicos por parte de comunidades apartadas entre si no tempo, fazendo coexistir duas modalidades funerárias num mesmo espaço». A portaria assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, define uma ZEP levando em conta «a localização do monumento e a sua relação com a paisagem envolvente, nomeadamente com a foz da ribeira de Colares e o oceano Atlântico».
A proximidade de outras estruturas de grande interesse arqueológico, incluindo a estação medieval da Manzanária, e ainda a existência, nas imediações, de vestígios pré-históricos soterrados, alguns do quais já identificados, também são argumentos apontados para a fixação da ZEP, de forma a «salvaguardar o elevado potencial arqueológico da área, o enquadramento paisagístico do monumento e as perspetivas de contemplação e os pontos de vista que constituem a bacia visual na qual se integra».
Em redor do monumento megalítico é delimitada a área de ZEP e uma zona non aedificandi, onde fica proibida qualquer construção.
«A câmara mandou vedar aquilo, mas o espaço devia ser limpo e sinalizado para as pessoas saberem da importância do monumento», comentou à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Colares, Rui Santos.
«Há estrangeiros que chegam para ver o tholos e só dão com canas», acrescentou o autarca, defendendo a instalação de painéis informativos que mostrem a importância de preservar o monumento.
Fonte: Diário Digital com Lusa