Ehud Netzer posa junto do sarcófago que defendeupertencer ao rei Herodes/Foto Reuters
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Um dos maiores céticos é o arqueólogo israelita, Joseph Patrich que, tal como Ehoud Netzer, é professor de arqueologia na Universidade Hebraica de Jerusalém.
Joseph Patrich diz ter "profundo respeito" pelo seu professor Ehoud Netzer. "Eu lembro sempre aos meus alunos o quanto devemos Netzer para o nosso conhecimento da arquitetura de Herodes. Ele era um grande arqueólogo e deu uma contribuição considerável à arqueologia de Israel. Mas sobre este assunto eu acredito que ele estava errado".
Juntamente com o seu colega Benjamin Arubas, Joseph Patrich expressou as suas preocupações numa conferência realizada em Jerusalém. Desde então, ele afirma ter sentido "um sentimento de alívio" na comunidade arqueológica, porque, diz, ele não era o único a ter dúvidas, mas poucas pessoas se atreveram a expressá-las.
O ponto central da sua argumento de discordância assenta nas dimensões do mausoléu de Netzer que não corresponde ao que nós sabemos sobre o rei megalomaníaco. Tanto o mausoléu como o sarcófago são muito modestos em relação aos das outras figuras históricas de destaque.
Jean-Sylvain Caillou, arqueólogo bíblico francês que trabalha em Jerusalém, partilha as dúvidas de Joseph Patrich. Ele pensa que a descoberta de Netzer " poderá ser um túmulo da família real, talvez pertencente a um dos membros da família de Herodes, mas não o do próprio rei. Seria absurdo para ele escolher um pequeno túmulo, seria um ato que contrariaria a sua personalidade e contra todo o simbolismo de poder que girou à volta dele."
Depois de desencadeada a polémica parece que o mistério do túmulo de Herodes permanece. As escavações continuam em Herodium, e talvez no futuro possa haver novas descobertas e sobretudo dados científicos mais fundamentados. Enquanto isso não acontece Joseph Patrich diz ter o prazer de observar que a maioria dos especialistas agora se referem ao "tumulo de Herodes" entre aspas.
Fonte: The Guardian