Dália Paulo trabalha para colocar Museu de Loulé na Rede Portuguesa de Museus

Colocar o Museu Municipal de Loulé na Rede Portuguesa de Museus, reforçar a ligação desta estrutura cultural aos diferentes polos museológicos espalhados pelo concelho e aproveitar o muito património arqueológico existente naquele território, com destaque para os Banhos Islâmicos no centro histórico, são alguns objetivos da nova diretora da Divisão de Cultura e Património da Câmara de Loulé Dália Paulo.

Dália Paulo- Foto Sul Informação
A ex-diretora Regional de Cultura abraçou uma nova aventura, que vai muito além da área museológica e implica a gestão de diversas áreas: o Museu Municipal e os seus polos nas freguesias, o Cine-teatro Louletano, as galerias de arte municipais e a toponímia (nomes das ruas). «É um desafio muito grande. Confesso que os meus olhos brilharam», disse, a rir.

Mas Dália Paulo não esconde a paixão pela área museológica, a de sua formação, e na qual se notabilizou enquanto profissional, como responsável máxima do Museu de Faro ao longo de muitos anos.

No concelho vizinho, está agora a coordenar um trabalho que já havia feito em Faro, para colocar o Museu de Loulé no mapa. «O grande desafio que temos aqui terá duas vertentes: a de proporcionar o melhor serviço à população, quer turista quer a população local, porque sem pessoas os museus não existem e, depois, a qualificação e reorganização da equipa técnica, com o objetivo muito específico de integrar a Rede Portuguesa de Museus», revelou.

Este segundo desígnio «é um desafio enorme», que era já um objetivo da Câmara de Loulé antes da chegada de Dália Paulo, em dezembro.

«Neste momento estamos a iniciar um caminho para termos os requisitos mínimos para a candidatura à Rede Portuguesa de Museus», algo que poderá vir a acontecer, se tudo correr bem, «no final de 2014».

Até lá, há muito trabalho a fazer. O Museu de Loulé está neste momento em manutenção, mas esta ação não está ligada à candidatura que a Câmara de Loulé quer fazer. O trabalho necessário é essencialmente técnico e de bastidores.

«Temos de fazer um caminho mais ou menos longo em duas áreas para conseguir oficializar a candidatura. A da organização das reservas museológicas e da questão da conservação e restauro e a área do inventário museológico. Em ambos os casos, há muito trabalho a fazer», contou.

«Encetámos uma parceria com uma técnica superior de Conservação e Restauro para nos montar a política nesta área. Há um documento obrigatório que tem de ser assinado por uma técnica desta área», disse. A este trabalho, junta-se o da reorganização das reservas, «aqueles espaços atrás do pano que não dão visibilidade». «É fundamental que tenhamos reservas e um laboratório de Conservação e Restauro organizados para poder fazer a candidatura», assegurou.

O inventário museológico é um trabalho que já começou a ser feito, mas tem de ser modernizado e aprofundado. «Aquilo que já temos permitir-nos-á dar o primeiro passo, mas com o compromisso de o melhorar e com o caminho já a ser caminhado. Ainda temos o inventário naqueles cartões quadrados, com a fotografia colada e escritas à mão. Agora, temos de o informatizar e, mais que isso, iniciar o trabalho de inventariação de material que ainda não lá está», acrescentou.

«Só quando eu começar a ter a noção de quanto tempo falta [para completar este trabalho], é que posso dizer quando poderemos fazer a candidatura. Mas, idealmente, até final do ano devíamos ter as condições para submeter a candidatura», resumiu.

Polos Museológicos são tesouro a aproveitar 

 «A questão do Museu de Loulé sempre foi muito interessante, para mim, devido ao território do concelho. Temos do Mar à Serra e uma rede de polos museológicos que nos permitem fazer essa visita pelo concelho», disse Dália Paulo.

Assim, o desafio «não é tratar apenas o Museu da Cidade, mas o museu nas suas componentes territoriais». «A ideia é dar uma aproximação sobretudo sociomuseológica. Para mim, o trabalho com as pessoas é muito importante. E já há exemplos onde os polos trabalham assim, com bons resultados, como no Polo de Alte, que já criou grande ligação com a comunidade», explicou.

O Museu de Loulé conta com polos em quase todas as freguesias, com exceção de Quarteira, ainda que haja planos para que deixe de ser assim. «Há uma intenção da Junta de Quarteira de fazer lá um polo ligado ao mar, à pesca, e nós ajudaremos. Já tivemos as primeiras conversas de como o poderíamos fazer e envolvendo a comunidade logo desde o início», anunciou.

 Banhos Islâmicos devem estar ligados ao Museu 

 Não se pode falar de museologia em Loulé sem referir o seu vasto património arqueológico, com destaque para os Banhos Islâmicos – únicos em Portugal – descobertos mesmo junto ao Castelo de Loulé, onde se localiza o Museu Municipal, que Dália Paulo quer aproveitar mais.

 A diretora da Divisão de Cultura e Património quer «repensar o Museu, não tanto nas freguesias, já que temos o território quase completo, mas sim no centro histórico, porque faz sentido que a valorização dos Banhos Islâmicos complete a visita ao Museu, ao Castelo». «Queremos fazer um projeto conjunto, que envolva os Banhos Islâmicos, o Museu e o Castelo.

Ou seja, criar a sede do Museu Municipal com várias vertentes: o Museu como nós o conhecemos, mas também uma estrutura musealizada, que são os Banhos Islâmicos», explicou.

Fonte: Sul Informação
Print Friendly Version of this pageImprimir artigo Get a PDF version of this webpagePDF

Utlizador

Sobre o utilizador

comments powered by Disqus

últimas 20 notícias

acompanhe - nos pelo facebook