Foto: Martin Bates via Público |
Naquela altura, o actual Reino Unido não era ainda uma ilha – e onde hoje há costa e mar estendia-se uma planície aluvial, situada a vários quilómetros da costa,onde água salgada e água doce se misturavam, explica no seu site o Museu de História Natural (MNH) britânico, que participou na descoberta. O clima era parecido com o da actual Escandinávia – e ali pastavam bisontes e rinocerontes, pensam os especialistas. Os alimentos abundavam: tubérculos, algas, crustáceos e fontes de carne.
“À primeira vista, não tínhamos a certeza do que estávamos a ver”, diz Nick Ashton, do Museu Britânico, citado pelo mesmo diário, “mas à medida que removíamos a areia e a água do mar, tornou-se claro que pareciam pegadas, talvez humanas”, salientando que se trata de um achado “raríssimo”.
Os cientistas confirmaram a seguir que eram de facto pegadas humanas, talvez deixadas por cinco indivíduos. A partir das pegadas – uma delas correspondia a um pé de tamanho 42 – conseguiram estimar que os elementos do grupo teriam entre 90 centímetros e mais de 1,70 metros de altura. Ou seja, eram provavelmente mais uma família, com adultos e crianças, do que um grupo de caçadores, por exemplo.
Chris Stringer, do MNH, também citado no site daquele museu, pensa que esses humanos primitivos poderão ter pertencido à espécie Homo antecessor. “Essas pessoas eram mais ou menos da nossa altura e plenamente bípedes”, diz Stringer. “Ter-se-ão extinto na Europa há uns 600 mil anos, talvez para serem substituídos pela espécie Homo heidelbergensis. Seguiram-se-lhes os neandertais, a partir de há 400 mil anos” – e até há 28 mil anos. Os humanos modernos (nós) chegaram à Europa, vindos de África, há menos de 100 mil anos.
Até aqui, as pegadas humanas mais antigas encontradas na Europa – no Sul de Itália – tinham uns 345 mil anos.
Fonte: Público