Vestígios do queijo mais antigo do mundo encontrados no pescoço e no peito de múmias chinesas

Vestígios de queijo com a cronologia mais antiga até ao momento conhecida foram detetados no pescoço e no peito de múmias chinesas.

O queijo foi descoberto em múmias do deserto de Taklamakan, tendo sido datado pelos investigadores do Instituto de Biologia Celular e Genética Max Planck, EUA, com cerca de 3.500 anos de idade.

Os arqueólogos referem que os vestígios são de 1615 aC, tornando-se as mais antigas evidências de queijo até ao momento conhecidas.

O autor do estudo, Andrej Shevchenko, referiu que "não só foi identificado o produto, mas que também existem evidências de tecnologia para a sua produção. Uma tecnologia muito antiga fácil, barata e que seria utilizada pelas pessoas comuns", diz.

O queijo foi preservado com as múmias numa necrópole onde foi sepultado um grupo de pessoas da Idade do Bronze. A necrópole desenvolvia-se no alto de uma grande duna de areia e por baixo do que parece ser um conjunto formado por grandes barcos de madeira. Estes barcos foram enrolados com couro gerando um vácuo que permitiu a preservação de muita matéria. O deserto e o solo salgado ajudaram a preservar as múmias, juntamente com o queijo, durante três milênios.

Os resultados desta descoberta foram publicados no Journal of Archaeological Science , num artigo onde os investigadores contam que alguns dos corpos encontrados tinham migalhas incomuns nos seus pescoços, ao longo do peito e em pequenos recipientes que os acompanhavam. A análise feita a essas migalhas mostrou conterem proteínas e gorduras, sendo de imediato relacionadas com pedaços de queijo.

A razão pela qual estas pessoas foram sepultadas com queijo é desconhecida, embora Andrej Shevchenko sugira que tal prática pode ter a ver com uma conceção cultural que concebia a comida como uma necessidade após a morte.

Outros investigadores já tinham descoberto na Polónia evidências da tecnologia do fabrico de queijo com mais de 7.000 anos. No entanto, amostras de queijo antigo nunca tinham sido encontradas.

Referência: Proteomics Evidence for Kefir Dairy in Early Bronze Age ChinaYimin Yanga, Anna Shevchenkoc, Andrea Knaustc, Idelisi Abuduresuled, Wenying Lid, Xingjun Hud, Changsui Wanga, , Andrej Shevchenkoc
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