Achados arqueológicos ao abandono nas traseiras da Igreja de Santa Clara

Peças de cantaria descobertas durante obras de requalificação urbana em Santarém estão depositadas junto a entulho e materiais de construção.



Alguns achados arqueológicos em pedra detectados no subsolo no decorrer das obras de requalificação da Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em Santarém, foram depositados sem qualquer resguardo, ao que tudo indica desde o Verão passado, nas traseiras da Igreja de Santa Clara, junto a montes de entulho e materiais de construção.

Para já desconhece-se o valor patrimonial e histórico das peças, algumas delas catalogadas com a data de 6 de Agosto de 2013 e identificadas como peças de cantaria. Mas a vereadora Idália Serrão (PS), que denunciou a situação na reunião de câmara de segunda-feira, pediu ao presidente do município que os achados sejam retirados imediatamente do local, acessível a qualquer pessoa, e guardados na reserva museológica municipal até se aquilatar da sua valia e que destino lhes dar. A autarca disse que, pelo que lhe pareceu ao seu olhar de leiga na matéria, encontravam-se ali dois capitéis romanos e lembrou que esse tipo de artigos é muito cobiçado.

Idália Serrão criticou ainda o estado em que se encontra a zona das traseiras da Igreja de Santa Clara, um monumento nacional recentemente requalificado no âmbito de uma parceria entre a Câmara e a Diocese de Santarém que contou com financiamento da União Europeia. Entulho e lixo diverso, manilhas, tubos de PVC e outros materiais usados nas obras podem ser vistos no local que tem servido de estaleiro e é utilizado também como parque de estacionamento.

São tesouros que fazem parte do nosso património e da nossa história “São tesouros que fazem parte do nosso património e da nossa história”, afirmou a vereadora acerca dos achados, solicitando acesso à documentação existente sobre os mesmos. “Alguém é responsável por aquele atentado ao nosso património”, acrescentou Idália Serrão, dirigindo críticas à maioria PSD que gere a câmara por, na sua opinião, “não cuidar de Santarém”.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), disse não ter conhecimento da existência desses achados, referindo que o acompanhamento arqueológico das obras que decorreram na zona foi feito por uma empresa da especialidade. O autarca garantiu que os serviços camarários iriam apurar o que se passou e posteriormente daria conhecimento das conclusões.

 Fonte: O Mirante
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