ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA DE S. GENS |
Segundo José Luís Cabral, a classificação daquele local "é sempre importante" porque garante "mais qualidade" à oferta turística concelhia.
"Toda e qualquer situação que seja de interesse público é mais procurada pelos visitantes porque sabem que têm mais garantias para aquilo que vão visitar", justificou.
O autarca lembrou que a aldeia histórica de Linhares da Beira, no seu concelho, foi classificada recentemente pela Secretaria de Estado da Cultura como conjunto de interesse público, passando a atrair "mais turistas e mais gente".
José Luís Cabral reconhece que a classificação dos monumentos "é uma espécie de certificação" da sua qualidade e aumenta o seu valor do ponto de vista turístico, daí o interesse da autarquia em obter essa distinção para a estação arqueológica de S. Gens, localizada junto ao rio Mondego, nas proximidades da vila de Celorico da Beira.
Os trabalhos arqueológicos já realizados revelaram a existência de um povoado alto medieval, "local onde vivia a comunidade que durante os séculos IX e X construiu as sepulturas escavadas na rocha", disse à Lusa o arqueólogo municipal António Marques.
"Segundo o que o registo arqueológico permitiu apurar, os habitantes deste povoado viviam no interior de um recinto fortificado, cujas defesas eram formadas por uma linha de muralha construída em pedra e reforçada em altura com uma paliçada de madeira", indicou.
O arqueólogo referiu ainda que "os romanos ou populações romanizadas ter-se-ão fixado em S. Gens em finais do século I d.C. conforme demonstram os resultados das escavações arqueológicas que colocaram a descoberto as ruínas de uma habitação desse período".
No ano de 2013, a autarquia deu continuidade aos trabalhos arqueológicos "com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a ocupação romana e alto medieval do local", e lançou duas publicações que divulgam o sítio arqueológico.
O processo de valorização e preservação da estação arqueológica de S. Gens "tem sido possível graças à perseverança da Câmara Municipal de Celorico da Beira que ao longo dos anos tem financiado a realização dos trabalhos arqueológicos", indicou António Marques.
A colaboração da Universidade Nova de Lisboa também tem sido importante para a execução dos trabalhos de escavação, concluiu.
Fonte: Lusa