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Mas para ver, é preciso saber descodificar os enigmas que essas verdadeiras cápsulas do tempo encerram. E é aqui que intervém o arqueólogo marítimo: dando voz aos parcos elementos sobreviventes, reconstituindo histórias, interpretando contextos. Fazendo, no fundo, arqueologia.
Quase sempre debaixo de água; mas sempre arqueologia. Sem se escolher períodos ou civilizações. Até porque nesta intervenção se falará de navios portugueses perdidos no Mundo e de navios de outrém perdidos em Portugal. E do mais que vier à rede."
Alexandre Monteiro é investigador dos Institutos de Arqueologia e Paleociências e de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), instituição onde foi docente convidado de Arqueologia Marítima e de Arqueologia Contemporânea. Co-dirigiu projectos arqueológicos subaquáticos nos Açores, organizando de raiz a Carta Arqueológica Subaquática daquele arquipélago. Membro de diversas associações ligadas ao património, arqueologia e mar, é autor ou co-autor de quase três dezenas de artigos científicos e de mais de uma centena de textos de divulgação ao grande público.
Actualmente tem projectos de investigação a decorrer nos mares de Grândola, na ilha Berlenga, em Oman, em Moçambique (em protocolo com a Universidade Eduardo Mondlane) e com a Namíbia, onde caracteriza historicamente o navio português quinhentista aí encontrado em 2008. Desenvolve ainda investigação em dendrocronologia e na utilização histórica de madeiras na construção náutica, co-dirigindo na UNL o projecto europeu Forest resources for Iberian Empires: Ecology and Globalization in the Age of Discovery. No âmbito do projecto Linkage Shipwrecks of the Roaring Forties: a maritime archaeological reassessment of some of Australia's earliest shipwrecks, elabora uma tese de doutoramento sobre a perda na Austrália da galera portuguesa Correio da Ásia.
Fonte: Arqa Arqueologia e Património