STOA DE ÁTALO |
Muitas pessoas marcharam este fim-de-semana pelo centro da cidade de Atenas com o objetivo de denunciar a venda ilegal do património do país. Há mais de quatro anos a viver numa crise económica sem precedentes, gerada por um dívida incontrolável e impagável, muitos consideram que esta é a pior humilhação que pode ser imposta a uma nação dizimada pelos níveis de austeridade e pelos recordes históricos de pobreza e desemprego.
O movimento contesta uma decisão igualmente controversa tomada pelo conselho arqueológico do país (Kas) que permite que dois dos sítios arqueológicos mais importantes de Atenas – a” Stoa de Átalo” e o Estádio Panathinaiko - possam ser arrendados a empresas para eventos privados. Anteriormente, os pedidos de uso comercial dos monumentos foram todos categoricamente rejeitada pelo conselho. Por exemplo, em 1998 o Kas recusou uma oferta por Calvin Klein para arrecadar fundos para a construção do Novo Museu da Acrópole.
Perante a realidade, os gregos sentem-se cada vez mais humilhados e ultrajados, acusando a Alemanha de estar a influenciar o processo de privatizações e a pressionar para que o governo venda tudo ao desbarato.
Tal sentimento levou Nikos Xydakis, um conservador, a lamentar estas últimas decisões do governo em vender as propriedades imbuídas de um grande valor simbólico e em jeito de prognóstico acabou a perguntar: “será que a proposta ultrajante apresentada pela revista alemã Bild onde se sugere que a Grécia deveria vender ou arrendar as suas ilhas para reduzir a sua dívida vai mesmo acontecer?".