Descobertas no Peru raras pinturas murais pré-colombianas

Arqueólogos belgas descobriram a sul de Lima um tempo pré-colombiano decorado de pinturas murais policromáticos e com o solo coberto de oferendas preciosas, anunciou hoje a Universidade livre de Bruxelas (ULB).


As pinturas foram descobertas durante a escavação de um "pequeno edifício em terra batida até agora inexplorado" situado no complexo arqueológico de Pachacamac, 25 quilómetros a sul de Lima, precisou a universidade belga a quem pertence esta equipa de arqueólogos.

Segundo a ULB, "desde 1938 que nenhuma pintura mural tinha sido descoberta em Pachacamac", um sítio arqueológico de 465 hectares ocupado sucessivamente pelas civilizações lima, wari, ichma e inca, e que no seu apogeu foi o local de cerimónias mais importante da costa central do Peru, palco de sacrifícios humanos na presença de milhares de peregrinos.

Os arqueólogos belgas não esclareceram no entanto o género de cenas representadas nas pinturas que acabam de descobrir. "Até agora apenas foram identificados alguns motivos", explicou Kusi Colonna-Preti, conservadora-chefe da missão.

"As pinturas em cor vermelha, amarela, negra, branca, azul e verde foram por vezes dispostas em diversas camadas mas os terramotos enfraqueceram consideravelmente a estabilidade das estruturas", acrescentou, citada pela agência noticiosa AFP.


As "oferendas preciosas" que cobrem o solo e os corredores do santuário provêm por sua vez de diversas regiões dos Andes e incluem ornamentos em penas de periquitos do Amazonas, pedras negras das montanhas e selecionadas pelas suas formas particulares, conchas do Equador, taças incrustadas com madrepérolas ou cerâmicas incas.

Estas descobertas, precisa o comunicado, confirmam a importância de Pachacamac como "centro de peregrinação a longa distância" durante o império Inca.

A presença de ornamentos ou objetos em grande quantidade poderá explicar-se por uma "enorme oferenda feita no decurso do abandono ritual do templo após a sequência espanhola de 1533", sugerem os especialistas belgas.

"Com efeito, algumas joias em vidro de estilo colonial estavam misturadas com as oferendas", sublinhou o professor Peter Eeckout, codiretor da missão.

Diversos túmulos e câmaras funerárias, alguns "pertencentes à elite", também foram examinados durante esta campanha.

Lusa
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