Visitantes do Parque Arqueológico e Museu do Côa em viagem de 25 mil anos atrás no tempo

Uma oficina de arqueologia reuniu miúdos e graúdos à volta dos hábitos e habilidades dos habitantes do vale do Côa, num passado longínquo, em plena época do paleolítico, e serviu para explorar os aspetos de sobrevivência, das tecnologias e das artes, e das economias de caça e agropastoril (ou de recoleção) da época.

Museu do Côa
A iniciativa serviu para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinala oficialmente a 18 de abril, este ano sob o tema “Lugares de Memoria”. Diogo Esteves, de 12 anos, deslocou-se de Lisboa para ter pela primeira vez uma verdadeira aula num local onde os caçadores/recoletores de há 25 mil anos estiveram acampados.

“Foi muito bom conhecer o modo de vida populações através de um local de escavações, onde foram recolhidos diversos objetos pertencentes a uma tribo nómada”, disse à Lusa o jovem estudante, que destacou os objetos aí encontrados, como lanças, o que tornou “mais fácil perceber” o que se vê “nos livros”.

Matilde Ferreira, de Oliveira de Azeméis, chegou a Vila Nova de Foz Côa para perceber como o modo de vida das populações no paleolítico “não era nada fácil”. “Não sei como naquele tempo os homens conseguiam fazer fogo ou cozinhar alimentos com objetos rudimentares”, acrescentou a menina de dez anos. Inês Esteves, por seu lado, disse que ficou maravilhada com os utensílios que os habitantes dos locais explorados utilizavam há milhares de anos, e o seu instinto de sobrevivência.

O arqueólogo do PAVC Jorge Sampaio refere, por seu lado, que tinha por objetivo fazer uma visita guiada por especialistas, através de um território que se manteve conservado, dentro dos vales dos rios Douro, Côa e Águeda. “No sítio onde decorreu a oficina experimental não escavámos mais de 30 centímetros, para percebermos a importância do lugar em termos pré-históricos e o modo de vida de quem o habitou”, acrescentou o instigador.

Os participantes passaram ainda por um antigo lagar de azeite, agora recuperado, e que serve para recolher testemunhos filmados no âmbito do projeto “Lugares de Memória”. A iniciativa terminou no interior da área do Parque Natural do Douro Internacional, junto a Figueira de Castelo Rodrigo, com uma visita à denominada Torre das Águias, orientada por uma especialista que há anos se dedica ao estudo dos materiais arqueológicos resultantes das escavações, e que também provêm da ocupação romana e da Idade Média.

Fonte: Lusa
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