Estudo sugere melhoria da saúde e da sobrevivência humana na sequência da Peste Negra medieval

Um novo estudo baseado nas evidências recolhidas a partir da paleobiologia sugere que existiu um aumento da sobrevivência humana e um menor risco de mortalidade depois da passagem da grande epidemia que ficou assinalada na história com o nome de Peste Negra.

Os níveis de mortalidade e a sobrevivência humana podem ter melhorado nas gerações que se seguiram à Peste Negra, de acordo com os resultados de um novo estudo da autoria de Sharon DeWitte da Universidade da Carolina, publicado no dia 7 de maio de 2014 na revista de acesso livre PLoS ONE.

Tendo ficado conhecida como uma das epidemias mais devastadoras da história da humanidade, a Peste Negra medieval (c. 1347-1351) matou dezenas de milhões de europeus. Vários estudos já demonstraram que a doença teve como alvo principal os idosos e as pessoas doentes, no entanto, pouco se sabe sobre as alterações verificadas na população, como os níveis de saúde ou as taxas de mortalidade antes e depois da sua ocorrência.

Sharon DeWitte examinou um conjunto de dados e chegou à conclusão que os níveis de sobrevivência podem ter melhorado após a epidemia. Os resultados da sua análise indicam que os perigos e os riscos gerais da mortalidade foram menores nas populações que se seguiram à Peste negra. Estes resultados sugerem um aumento da sobrevida e uma diminuição da mortalidade após a Peste Negra e, por consequência, a melhoria da saúde em algumas faixas etárias na população pós-epidêmica.


Embora muitos outros fatores possam ter influenciado nessa alteração, Sharon DeWitte sublinha neste estudo o poder que as doenças infecciosas podem ter na formação de padrões de saúde de toda a população, com repercussões a curto e a longo prazo na demografia.

"Este estudo sugere que mesmo em face das principais ameaças para a saúde, tais como repetidos surtos de peste, várias gerações de pessoas que viveram após a Peste Negra eram em geral mais saudáveis do que as pessoas que viveram antes da epidemia", salientou Sharon DeWitte.

Referência: Mortality Risk and Survival in the Aftermath of the Medieval Black Death DeWitte SN (2014) Mortality Risk and Survival in the Aftermath of the Medieval Black Death. PLoS ONE 9(5): e96513. doi: 10.1371/journal.pone.0096513
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