Aldeia de Picote - Miranda do Douro |
O projeto de investigação HistPP «História do Povoamento de Picote» foi uma das apresentações escolhidas, de entre as 2400 propostas recebidas de 45 países diferentes.
Nos trabalhos estão envolvidos dois arqueólogos em campo e com a colaboração, em regime de voluntariado, de 15 alunos de diversas universidades do país.
As escavações vão incidir nos terrenos junto à Capela de Santo Cristo onde no ano passado, no decorrer da primeira campanha de escavações, foram detetados muros de um edifício romano.
"O objetivo será o de alargarmos a área escavada, colocando a descoberto uma área maior do mesmo edifício. Simultaneamente tentar-se-á perceber a sua funcionalidade", frisou.
Os trabalhos de prospeção pretendem dar continuidade a escavações que foram efetuadas na década de 50 do século passado, na área da Fraga do Puio, um local sobranceiro ao rio Douro, e que deixaram vestígios de que o local remonta à proto-história, prolongando-se a sua ocupação pelo período de influência romana, até à idade média.
Os investigadores acreditam que em Picote está concentrado o maior número de epígrafes romanas que são conhecidas em Portugal, num total de 22 peças.
As escavações arqueológicas resultam de um protocolo assinado entre a UPorto e a Frauga - Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote.
A importância arqueológica da Fraga do Puio tem sido atestada ao longo dos anos através de diversas escavações arqueológicas que têm trazido à superfície alguns achados que despertam a curiosidade dos investigadores.
A REN financiou o projeto com cerca de 58 mil euros, que serviram igualmente para recuperar um bosque autóctone, situado nas imediações da aldeia de Picote. Os trabalhos de investigação vão decorrer até 2015.