Estudantes ibéricos de Arqueologia põem a descoberto estruturas romanas em Picote

Duas de dezenas de voluntários e estudantes de arqueologia de três universidades portuguesas e uma espanhola estão a colocar a descoberto um povoado romano datados dos séculos IV e V na aldeia de Picote, concelho de Miranda do Douro.

Os trabalhos são coordenados cientificamente pela Universidade do Porto (UPorto), num projeto desenvolvido pela Frauga - Associação Para o Desenvolvimento Integrado de Picote.

"Estamos a escavar uma zona de imóveis do período e romano e constatamos que se trata de uma área dedicada a atividades artesanais. Trata-se de um conjunto arqueológico bastante interessante", disse hoje à Lusa Rui Morais, arqueólogo da UPorto.

As escavações decorrem nos terrenos junto à Capela de Santo Cristo onde, no ano passado, no decorrer da primeira campanha de escavações, foram detetados muros de um edifício romano.

"Conhecemos Picote pelos seus berrões [em granito] e é conhecido um conjunto significativo de estelas do século II. Faltava-nos este elo de ligação com o período baixo imperial romano, que assenta neste conjunto de construções que estão ser colocadas a descoberto", acrescentou.

O trabalho arqueológico conta com colaboração com alunos das Universidades do Porto, Lisboa, Coimbra e a Universidad Complutense de Madrid (Espanha), que estão sob a coordenação de arqueólogos da UPorto.

"Este é uma oportunidade de colocar em prática aquilo o que aprendemos na sala de aulas", realçou Gisele Estela, estudante de arqueologia.

Os responsáveis pela campanha de escavações arqueológicas já avançaram que é necessário encontrar "um novo parceiro", para além da Rede Elétrica Nacional, que financia as escavações com 58 mil euros.

Os trabalhos de prospeção pretendem dar continuidade a escavações que foram efetuadas na década de 50 do século passado, em Picote e que deixaram vestígios de que o local remonta à proto-história, prolongando-se a sua ocupação pelo período de influência romana, até à Idade Média.

Responsáveis pela Frauga, declaram-se, entretanto, convencidos de que a criação de um campo arqueológico nas imediações da povoação pode potenciar o desenvolvimento económico da aldeia transmontana, começando agora ser dados os primeiros passos nesse sentido.

Fonte: Lusa
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