Decorre até ao próximo dia 1 de agosto no Museu Municipal de Peniche uma campanha de tratamento e estudo de materiais arqueológicos recolhidos na olaria romana do Morraçal da Ajuda, em Peniche.
Desenvolvido, de forma ininterrupta desde 1998, o projeto de estudo deste sítio arqueológico, dinamizado com o patrocínio do município, por equipa constituída por arqueólogos e estudantes de licenciatura e mestrado em Arqueologia das universidades de Lisboa e Coimbra, coordenada pelo arqueólogo Guilherme Cardoso, tem contribuído de forma significativa para o reconhecimento das raízes piscatórias de Peniche.
Os extensos trabalhos arqueológicos desenvolvidos na antiga olaria do Morraçal da Ajuda (da qual foram identificadas as estruturas de quatro fornos cerâmicos), repartidos entre campanhas de campo e de tratamento dos materiais arqueológicos exumados, permitem aferir estar-se na presença de um dos mais significativos sítios arqueológicos da época romana existentes em Portugal.
Esta afirmação resulta do facto de estar-se perante a mais antiga olaria anfórica do período romano do atual território português, e que terá funcionado entre o último quartel do séc. I a. C e o início do séc. III d. C.. Esta precocidade traduz-se inclusivamente na presença de uma tipologia de ânforas própria.
Resultado direto deste projeto é a produção, em colaboração com a maior fábrica de conservas do concelho, de duas edições de latas de conserva de sardinha e de cavala, sob a chancela "Peniche, Há 2000 anos a produzir conservas", produto que associando arqueologia, arte e gastronomia, contribui para a evocação do passado conserveiro desta cidade.
Este projeto, financiado pelo Município de Peniche, conta igualmente com o apoio logístico da Docapesca, SA.
Fonte: Câmara Municipal de Peniche