Escavações arqueológicas no Castro de Ul

Como resultado do protocolo celebrado em 2013 entre o Município de Oliveira de Azeméis e o Instituto de Estudos Medievais (IEM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, foi levado a cabo uma campanha de escavações arqueológicas no Castro de Ul.

Embora as anteriores escavações tenham decorrido na década de oitenta do século passado, o Município tem vindo a efetuar, de forma sistemática, trabalhos de limpeza e valorização do sítio arqueológico, desde 2011, no âmbito do projeto de investigação Proto-história da Bacia do Antuã.

A parceria estabelecida com o IEM possibilitou, agora, o desenvolvimento de trabalhos de escavação, que as duas instituições pretendem que se venham a repetir nos próximos anos.

Por se tratar de uma primeira intervenção após um hiato de tempo bastante alargado, estabeleceram-se como objetivos:
Obter uma leitura estratigráfica que possibilite uma melhor compreensão da ocupação do sítio, nomeadamente das fases mais antigas (transição do segundo para o primeiro milénio a.C.) que permita integrar o sítio arqueológico nas problemáticas relacionadas com os fenómenos de continuidade/rutura na ocupação do território na transição do segundo para o primeiro milénio a.C.;
Esclarecer a articulação das estruturas deixadas à vista (pelas anteriores escavações), tanto entre si, como com a estratigrafia do sítio;
Estudar os artefactos utilizados pelos habitantes destes povoados fazendo uma tentativa de enquadramento cronológico e criando bases para um estudo tipológico comparativo com os recolhidos em povoados similares noutros pontos do território;
Recolher informação que permita estabelecer um novo projeto de investigação para os próximos anos.

Tendo em conta os recursos disponíveis e os objetivos propostos, os responsáveis pelos trabalhos optaram pela abertura de duas sondagens de 25m2, contíguas à área escavada pelo arqueólogo José Maia Marques na década de 80.

Os resultados, numa análise preliminar, não foram inteiramente esclarecedores e, como muitas vezes acontece na investigação arqueológica, deixam novas questões em aberto em lugar de dar respostas.

A quantidade de materiais recolhidos foi extremamente reduzida – para o esperado num povoado com uma ocupação no primeiro milénio a.C. e em época romana – e não se identificaram vestígios de outras estruturas construídas – associáveis às que já estavam à vista – nem níveis de ocupação correspondentes a épocas mais antigas.

Esta ausência de vestígios será um fator a ter em conta na preparação da próxima intervenção a levar a cabo no Castro de Ul, procurando perceber-se se é resultado de uma opção dos seus habitantes, ou antes das utilizações do solo ao longo das últimas centenas de anos.

Fonte: Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis »»
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