O túmulo, o maior já encontrado no país, fica em Anfípolis. A expectativa de que alguém da família de Alexandre - ou, para habitantes do local, até mesmo o próprio - possa estar enterrado nele trouxe turistas e valorizou terrenos nas cidades de Anfípoli e Mesolakkia. "Podemos ter ganhado na loteria", diz o prefeito de Mesolakkia.
Os moradores afirmam que já foram procurados com ofertas para vender suas terras. A maioria precisa do dinheiro, mas está à espera até que os arqueólogos que encontraram a tumba façam o anúncio final sobre a identidade de seu dono.
A descoberta também deu início a uma onda de orgulho e patriotismo. O ministro da cultura, Konstantinos Tasoulas, disse que a descoberta é um lembrete de que a Grécia é o "berço de uma civilização insuperável e um país que merece, com este capital (cultural) único e suas realizações atuais, reivindicar o seu retorno ao progresso e prosperidade".
A tumba foi descoberta após dois anos de trabalho comandado pela arqueóloga Katerina Peristeri. O monte onde está localizada fica na antiga Anfípolis, uma grande cidade do reino da Macedônia, a 100 km a leste de Thessaloniki, a segunda maior cidade da Grécia.
- 437 AC: Fundada por moradores de Atenas próximo às minas de ouro e prata de Pagaion
- 357 AC: Conquistada por Felipe 2º da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande Sob Alexandre, serviu como uma base naval de onde saíam barcos para a Ásia
-1964: Começa a primeira escavação oficial no local
Alexandre, o Grande
- Nascido em 356 AC em Pella, filho de Felipe da Macedônia e Olímpias, educado por Aristóteles
- tornou rei da Macedônia, reino da Grécia antiga, aos 20
- Obteve vitórias militares nos territórios persas da Ásia Menor, Síria e Egito - era o "Grande Rei" da Pérsia aos 25 anos
- Fundou 70 cidades e expandiu o império para leste até Punjab, na Índia
- Morreu de febre em 323 AC na Babilónia
O desenho mostra duas esfinges na frente e duas cariátides guardando o local atrás Dentro da tumba, os arqueólogos descobriram duas cariátides (figuras femininas que funcionam como pilastras). Cada uma foi esculpida com um braço estendido, provavelmente para desencorajar intrusos a adentrar na câmara principal do túmulo.
Os equivalentes modernos das cariátides ficam em um carro da polícia, a cerca de 200m da entrada do túmulo -o sítio arqueológico é protegido 24 horas por dia por dois policiais.
Sua missão é manter longe as dezenas de jornalistas e turistas que chegam ao local por uma estrada de terra sinuosa da aldeia vizinha de Mesolakkia. Mas isso não impediu que a mídia, os arqueólogos e curiosos se envolvessem em um jogo de adivinhação animado.
Os arqueólogos concordam que a magnificência do túmulo significa que ele foi construído para uma pessoa importante - talvez um membro da família imediata de Alexandre; pode ser sua mãe, Olímpia, ou sua esposa, Roxana -ou algum nobre macedónio.
Outros dizem que ele poderia ser um cenotáfio, memorial fúnebre construído para homenagear uma pessoa enterrada em outro local.
Mas só a equipe de escavação pode dar respostas definitivas, e o progresso dos trabalhos tem sido lento desde que os trabalhadores descobriram uma terceira câmara, que está em perigo de desabamento.
"Só Alexandre merece um monumento tão grandioso", diz o agricultor Antonis Papadopoulos, de 61 anos.
Arqueólogos e o Ministério da Cultura grego alertam sobre as especulações, especialmente porque é sabido que Alexandre, o Grande, foi enterrado no Egito.
"Estamos naturalmente ansiosos para descobrir a identidade de residente da tumba, mas isso será revelado no tempo certo pelos escavadores," disse o ministro.
Fonte: BBC Brasil »»