Projeto de investigação luso-espanhol estuda as imagens de viticultura e enologia nas tumbas do antigo Egito

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m projeto luso-espanhol de investigação arqueológica, liderado pela pela Doutora Maria Rosa Guasch Jané, está a estudar as imagens de viticultura e enologia na tumbas do antigo Egito e apresentou recentemente o Websitio do projeto que foi patrocinada pelo Museu das culturas do vinho da Catalunha,Vinseum, e concebida em colaboração com Sistemes de Gestió dePatrimoni (SGP).


Esta investigação centra-se na análise de imagens da viticultura e enologia em túmulos egípcios, sendo um projecto enquadrado a partir da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA) e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) de Portugal (2010-2013).

A equipa, formada pela Doutora Maria Rosa Guasch Jané (Directora), Sofia Fonseca e Mahmoud Ibrahim, possui uma ampla experiência no estudo do vinho do Antigo Egipto.

A mais vasta e antiga documentação sobre viticultura e produção de vinho provém do Antigo Egipto. A viticultura e enologia foram representadas nas paredes dos túmulos privados desde o Império Antigo (2575 – 2150 A.C.) até ao período Greco-Romano, evidenciando que o processo de elaboração do vinho era bastante similar ao método europeu tradicional. Apesar disso, os documentos históricos e arqueológicos e as pinturas das tumbas relacionadas com a vinificação, ainda não foram estudados de forma completa.

Considerando a iconografia presente nas paredes dos túmulos, o projecto ‘Irep en Kemet’, Vinho do Antigo Egipto, tem como objectivo documentar e analisar, pela primeira vez, o corpus completo de imagens de viticultura e de vinificação no Antigo Egipto, bem como os dados mais importantes para a investigação e o estudo do processo de elaboração do vinho no Antigo Egipto.

Os resultados esperados com esta investigação são os seguintes:
1. Reunir o corpus completo de imagens (relevos e pinturas) de viticultura e de vinificação presentes nos túmulos egípcios. 
2. Reconhecer o elevado nível da produção do vinho alcançado pelos antigos egípcios. Para alcançar os nossos objectivos e numa segunda fase da nossa investigação, vamos identificar, classificar e comparar o método de elaboração dos vinhos utilizado no Antigo Egipto, com o método tradicional europeu que se utiliza em Portugal e em outros países do sul de Europa.

A equipa tem experiência previa na investigação sobre o vinho no Antigo Egipto. Durante a tese de doutoramento da Doutora Maria Rosa Guasch Jané na Universidade de Barcelona foi realizada a primeira análise dos resíduos arqueológicos de vinho no Antigo Egipto, em ânforas da tumba do famoso faraó Tutankhamon.

Os resultados, publicados em revistas científicas internacionais, revelou pela primeira vez que os egípcios produziam três tipos de vinho: vinho tinto, vinho branco e um outro tipo de vinho denominado ‘shedeh’: La Vanguardia: “Vino tinto para Tutankamon”, 20 Març 2004: 34; “El ajuar funerario de Tutankamon tenía ánforas con vinos tintos y blancos”, 30 Maig 2006: 32. USA Today: “King Tut drank red wine, researcher says”, October 26th 2005. http://www.usatoday.com/tech/science/discoveries/2005-10-26-tut-wine_x.htm “White wine turns up in King Tutankhamen’s tomb”, March 29th 2006. http://www.usatoday.com/tech/science/columnist/vergano/2006-05-29-tut-whitewine_x.htm.

Equipa de Investigação:
Sofia Fonseca(Portugal): arqueóloga pela Universidade de Coimbra (Portugal), doutoranda em egiptologia pela Universidade Autónoma de Barcelona.
Mahmoud Ibrahim(Egipto): egiptólogo e filólogo pela Universidade do Cairo (Egipto).
Maria Rosa Guasch Jané(Catalunha): egiptóloga e doutora em farmácia pela Universidade de Barcelona, directora do projecto.

O Projecto Irep en Kemet, O Vinho do Antigo Egipto,é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (www.fct.mctes.pt) do Ministério da Ciência e Educação de Portugal.
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