Como as alterações climáticas acabaram com as primeiras grandes civilizações mundiais

As primeiras grandes civilizações da história da humanidade podem ter acabado devido às alterações climáticas, revela um novo estudo realizado pela Universidade de Cambridge e a Universidade Banaras Hindu da Índia.

FOTO: THE INDEPENDENT
A investigação, que foi realizada por cientistas e arqueólogos, demonstra que as megacidades da Idade do bronze na região do Vale do Indo – também conhecidas como civilização harappeana – localizadas no Paquistão e no noroeste da Índia, entraram em declínio durante o século XXI e XX A.C e nunca mais recuperaram, devido a um aumento substancial das secas.

A descoberta coincide cronologicamente com provas, descobertas recentemente, de secas nesse período temporal. A conclusão foi formulada depois de os cientistas terem estudado depósitos do fundo do Mar Arábico e do Golfo de Oman, bem como e estalactites de grutas no norte da Índica e sul da Arábia, refere o Independent.

Os investigadores consideram agora que as secas nesse período de tempo foram também parcialmente responsáveis pelo colapso não só da civilização do Vale do Indo, mas também do Império Acádio, do Velho Egipto e, possivelmente, de civilizações que habitaram a região da Grécia durante a Idade do Bronze.

“As nossas provas sugerem que foi o período de seca mais intenso – provavelmente devido a monções falhadas – durante os cinco mil anos que examinámos”, indica David Hodell, paleoclimatologista de Cambridge. As novas provas para o causador da extinção da civilização do Vale do Indo foram principalmente recolhidas do fundo de um lago que secou perto de Nova Deli, que fica localizada a cerca de 65 quilómetros da região.

O estudo das condições climáticas foi feito através da análise de provas isotópicas das conchas de caracóis que viveram entre 6.500 a 1.500 anos atrás. Os valores isotópicos do carbonato de cálcio das conchas dos caracóis reflectem o valor isotópico da água dos lagos onde viveram.

Uma vez que o isótopo 16 do oxigénio evapora mais rapidamente do que a água com isótopos 18 de oxigénio, que são mais pesados, os cientistas puderam quantificar as alterações nas taxas de evaporação da água ao longo do tempo. Tais observações permitiram-lhes identificar o início e o fim de uma seca severa de 200 anos anteriormente desconhecida no noroeste da Índia, que ocorreu aproximadamente entre 2100 e 1900 A.C.

Nesse período, as megacidades da região do Vale do Indo – algumas com populações até 100 mil habitantes – entraram em declínio rapidamente. O número das populações começou a diminuir e a antiga civilização, com cerca de 500 anos, acabou por se extinguir.

Fonte: Grensavers
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