Foto: Plataforma SINC
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Além de obter informações como a espessura das pedras, o GPR, designação dada ao radar utilizado na operação, tem revelado a existência de arcos escondidos e de outras peças invisíveis que ainda integram as pontes analisadas no âmbito deste projeto”, explicou Mercedes Solla, autora do artigo publicado no Journal of Bridge Engineering onde se expõe os resultados deste estudo.
O GPR compreende uma antena que emite ondas eletromagnéticas, uma unidade de controlo e um computador. O conjunto pode ser instalado em qualquer local ou mesmo num pequeno veículo, de forma a permitir o levantamento móvel que recolhe os dados ao longo do traçado de uma ponte.
Isto conduziu à deteção de detalhes estruturais e geométricos desconhecidos, incluindo fissuras em muitas das construções. Em alguns casos, como na ponte romana de Segura, entre os municípios de Piedras Albas (Cáceres, Espanha) e Segura (Portugal), esta tecnologia também foi utilizada para detectar os restos de uma gravura do renascimento que se encontra num dos arcos.
De acordo com Mercedes Solla, "toda esta informação é de interesse histórico, mas também é útil para engenheiros civis, para que possam planear medidas de conservação, melhoria e recuperação neste tipo de infraestruturas."
Os investigadores estão atualmente a trabalhar num modelo de levantamento móvel que compreende um scanner móvel 3D a laser, um RPG, câmaras termográficas e um profilómetro de superfície. A iniciativa faz parte de um projecto europeu para a aplicação de tecnologias de gestão e fiscalização de infraestrutura, conhecido em Espanha como SITEGI.
Referência: Mercedes Solla, Belén Riveiro, Henrique Lorenzo, Julia Armesto. Ancient Stone Bridge Surveying by Ground-Penetrating Radar and Numerical Modeling Methods. Journal of Bridge Engineering, 2014; 19 (1): 110 DOI: 10.1061/(ASCE)BE.1943-5592.0000497