Esqueleto humano mais antigo da América é descoberto no México

Cientistas e mergulhadores de México e Estados Unidos descobriram os restos humanos mais antigos da América, pertencentes a uma jovem de 15 a 16 anos que chamaram de Naia, numa caverna inundada da Península de Iucatã, informou o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

Foto: Paul Nicklen/National Geographic
O esqueleto de Naia, o «mais completo e geneticamente intacto» encontrado na América, com 12 mil a 13 mil anos, foi descoberto no local arqueológico denominado Hoyo Negro, situado dentro de uma caverna inundada no estado de Quintana Roo, no sudeste do México. A investigadora do INAH, Pilar Luna Erreguerena, pioneira em arqueologia subaquática, explicou que a análise do ADN mitocondrial feita durante três anos nos EUA e no Canadá coloca Naia como o «elo que faltava para confirmar o vínculo entre os primeiros habitantes da América e os grupos indígenas neste continente».


A especialista acrescentou que os estudos genéticos permitem confirmar a sua linhagem asiática Beringio (em referência à ponte terrestre que existiu durante diferentes eras glaciais no que hoje é o Estreito de Bering) e está vinculada com migrações siberianas de um grupo que desenvolveu mudanças de adaptação ao novo meio.

Segundo a arqueóloga, este descobrimento coloca o México «numa posição extraordinária» em relação às pesquisas para esclarecer o vínculo existente entre os primeiros habitantes da América e os grupos indígenas actuais.

A especialista acrescentou que a idade do esqueleto foi confirmada também com estudos de sementes, carvão, fezes de morcego fruteiro e outros restos localizados no lugar, assim como pelas mudanças no nível do mar na era de gelo.

Além do esqueleto de Naia, foram encontrados restos de 26 mamíferos correspondentes a 11 espécies do Pleistoceno Tardio, entre elas um tigre dentes de sabre Além do esqueleto de Naia, foram encontrados restos de 26 mamíferos correspondentes a 11 espécies do Pleistoceno Tardio, entre elas um tigre dentes de sabre.

O paleontólogo americano James C. Chatters, autor principal do artigo que ainda será publicado na revista Science, destacou que as excelentes condições de conservação do esqueleto, com crânio e dentição em bom estado, permitiram realizar as análises e conseguir «uma data tão precisa».

«Hoyo Negro é uma cápsula de tempo que conservou a informação sobre o clima e a vida humana, animal e vegetal que existiam no final da última era de gelo», acrescentou.

Fonte: Diário Digital
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