Póvoa de Lanhoso: Câmara Municipal prepara novas intervenções arqueológicas

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso entregou os certificados de participação aos voluntários que colaboraram na campanha arqueológica realizada em 2013, em Garfe. 

Foto: Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso
A Autarquia está a preparar outras intervenções arqueológicas, pelo que a oportunidade serviu ainda para apresentar a próxima campanha, prevista para agosto, que visa a escavação da villa romana de Via Cova, na freguesia de Lanhoso.

A atenção com que a Autarquia olha os aspetos relacionados com o património, de que faz parte a arqueologia, não se esgotará por aqui, pois há outras intervenções em vista. “Adquirimos, recentemente, os terrenos contíguos à Pia dos Mouros, na freguesia de Garfe, com o propósito de estudar, interpretar e valorizar este santuário rupestre romano e é nossa intenção criar um campo arqueológico neste espaço”, referiu, durante a sessão o representante da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o Vereador para a Cultura, Armando Fernandes. De acordo com este responsável, é pretensão “valorizar o património arqueológico, enquanto fonte de conhecimento dos nossos antepassados e ampliar a nossa oferta turística”, até porque existe “uma carência de sítios arqueológicos visitáveis no concelho da Póvoa de Lanhoso que queremos colmatar”.

Nos últimos dois anos, a Autarquia promoveu, em colaboração com entidades locais e com voluntários, escavações arqueológicas nas Tapadinhas da Senhora do Monte, na freguesia de Garfe. Em 2014, pretende-se intervir em Lanhoso. “Desde 2012, que temos vindo a apostar em campanhas arqueológicas, com a presença regular de 30 voluntários por cada campanha. Este ano, decidimos valorizar a villa romana de Via Cova, porque, desde 1990, não sofreu nenhuma ação de valorização e musealização e apresenta um avançado estado de degradação”, refere o Vereador.

De lembrar que os trabalhos arqueológicos promovidos pela Autarquia passaram, nos últimos anos, pela mamoa da Tojeira, em Calvos, pela base da Torre de Menagem e envolvente do Castelo de Lanhoso, no Monte do Pilar.

Os trabalhos arqueológicos passaram, nos últimos anos, pela mamoa da Tojeira, em Calvos, pela base da Torre de Menagem e envolvente do Castelo de Lanhoso A entrega dos certificados decorreu na noite de 11 de julho, no auditório da Casa da Botica.

O arqueólogo municipal, que coordena no terreno estes trabalhos, Orlando Fernandes, apresentou o projeto para Via Cova, fazendo um enquadramento arqueológico da freguesia de Lanhoso, com referência para a necrópole megalítica, que corrobora a presença humana durante o Neolítico (6700 a.C. – 4000 a.C.), na Serra do Carvalho; para os dois castros (Pena Província, no ponto mais alto da Serra do Carvalho, e Bouça do Campo Novo, no lugar do Pinheiro); e para a via romana XVII, importante eixo viário que ligava Bracara Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga, Espanha).

No contexto da romanização, explicou, as villas eram moradias rurais, que eram o centro de uma grande propriedade agrícola, explorada por trabalhadores rurais.

Referiu ainda que a intervenção de 1990 na villa romana de Via Cova permitiu pôr a descoberto dois muros paralelos compartimentados em seis salas e um espólio arqueológico diversificado, permitindo supor que foi intervencionada a parte frutuária da villa romana, área destinada ao armazenamento e transformação de matéria-prima.

A necessidade de intervencionar este espaço justifica-se pois porque, depois da intervenção realizada em 1990, estas ruínas ficaram votadas ao abandono; não foram alvo de interpretação e valorização, nem foi definido um plano de limpeza regular, apresentando, atualmente, um avançado estado de degradação.

Assim, os trabalhos, que iniciam em agosto, pretendem valorizar as ruínas romanas, evidenciando e enaltecendo as qualidades intrínsecas destas estruturas arqueológicas; permitiam a interpretação das estruturas; fazer a sua integração em roteiros turísticos, com vista à ampliação da oferta turística deste concelho; criar condições que proporcionem visitas guiadas; e conseguir mecanismos que assegurem, de uma forma permanente, a limpeza daquele espaço.

Estarão envolvidos nestes trabalhos arqueológicos, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e a Junta de Freguesia de Lanhoso, juntamente com voluntários.

Fonte: Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso
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