Foto: Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso |
A atenção com que a Autarquia olha os aspetos relacionados com o património, de que faz parte a arqueologia, não se esgotará por aqui, pois há outras intervenções em vista. “Adquirimos, recentemente, os terrenos contíguos à Pia dos Mouros, na freguesia de Garfe, com o propósito de estudar, interpretar e valorizar este santuário rupestre romano e é nossa intenção criar um campo arqueológico neste espaço”, referiu, durante a sessão o representante da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o Vereador para a Cultura, Armando Fernandes. De acordo com este responsável, é pretensão “valorizar o património arqueológico, enquanto fonte de conhecimento dos nossos antepassados e ampliar a nossa oferta turística”, até porque existe “uma carência de sítios arqueológicos visitáveis no concelho da Póvoa de Lanhoso que queremos colmatar”.
De lembrar que os trabalhos arqueológicos promovidos pela Autarquia passaram, nos últimos anos, pela mamoa da Tojeira, em Calvos, pela base da Torre de Menagem e envolvente do Castelo de Lanhoso, no Monte do Pilar.
O arqueólogo municipal, que coordena no terreno estes trabalhos, Orlando Fernandes, apresentou o projeto para Via Cova, fazendo um enquadramento arqueológico da freguesia de Lanhoso, com referência para a necrópole megalítica, que corrobora a presença humana durante o Neolítico (6700 a.C. – 4000 a.C.), na Serra do Carvalho; para os dois castros (Pena Província, no ponto mais alto da Serra do Carvalho, e Bouça do Campo Novo, no lugar do Pinheiro); e para a via romana XVII, importante eixo viário que ligava Bracara Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga, Espanha).
Referiu ainda que a intervenção de 1990 na villa romana de Via Cova permitiu pôr a descoberto dois muros paralelos compartimentados em seis salas e um espólio arqueológico diversificado, permitindo supor que foi intervencionada a parte frutuária da villa romana, área destinada ao armazenamento e transformação de matéria-prima.
A necessidade de intervencionar este espaço justifica-se pois porque, depois da intervenção realizada em 1990, estas ruínas ficaram votadas ao abandono; não foram alvo de interpretação e valorização, nem foi definido um plano de limpeza regular, apresentando, atualmente, um avançado estado de degradação.
Estarão envolvidos nestes trabalhos arqueológicos, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e a Junta de Freguesia de Lanhoso, juntamente com voluntários.
Fonte: Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso